Consertar erros do
passado, trabalhar o presente e mirar oportunidades para um futuro próspero.
Este tem sido um dos motes da atual gestão para viabilizar a saúde financeira e
para a reputação do Cruzeiro no mercado. E um dos projetos que tem recebido atenção
especial dos profissionais da Raposa é o de implementação do clube-empresa, que
vem sendo estudado desde o ano passado.
No início desta
semana, representantes do Cruzeiro se reuniram com membros da EY (antiga Ernst
& Young), líder em serviços de Auditoria, Consultoria, Impostos, Estratégia
e Transações, para discutir as diretrizes de implementação do projeto.
“Estamos muito
confiantes que o projeto com o Cruzeiro é um importante passo para que o
mercado veja o potencial de desenvolvimento da indústria do futebol. É
imprescindível que o Brasil tenha segurança jurídica e regulatória a fim de ser
atrativo para novos investimentos”, explica o sócio-líder do escritório de Belo
Horizonte da EY, Marco Araújo.
Já o presidente do
Clube, Sérgio Santos Rodrigues, valorizou a contribuição da EY para a discussão
e celebrou o início da parceria no projeto.
“Uma das grandes
premissas da nossa administração é construir um novo Cruzeiro a partir de uma
gestão amplamente profissional. Temos analisado e debatido com muita seriedade
essa pauta do clube-empresa. Trazer a EY para essa discussão somente enriquece
o processo e, com certeza, será uma parceria de extrema importância para os
próximos passos do nosso projeto”.
O projeto vem sendo
discutido de forma mais aprofundada no Cruzeiro desde outubro do ano passado,
quando foi criado um grupo de estudos interno, liderado por Sandro González
(CEO do Clube), sendo acompanhado de perto pelo presidente Sérgio Santos
Rodrigues. Também fazem parte desta comissão de estudos do clube-empresa: Edson
Potsch (Vice-Presidente Administrativo e Superintendente de Marketing), Paulo
Assis (COO – Diretor de Operações), Matheus Rocha (CFO – Diretor Financeiro),
André Argolo (Diretor Executivo de Esportes), Bruno Gervásio (Assessor da Presidência),
Moacyr Lobato (Desembargador) e Fernando Drummond (Advogado).
É esperada para o
mês de março a votação do Projeto de Lei 5516, de autoria do senador mineiro
Rodrigo Pacheco, eleito recentemente presidente do Senado, que indica a criação
da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), uma S.A. específica para a modalidade.
Segundo estudo da
EY sobre o modelo de negócio, nas últimas duas décadas, o cenário internacional
mostra que os clubes-empresas tiveram aumento significativo em suas receitas.
Se nos anos 1990 esse valor chegava a pouco mais de 600 milhões de euros, hoje
varia entre 1.9 bilhões e 5.8 bilhões. O estudo aponta que, na primeira divisão
das cinco maiores ligas do futebol europeu, 92% dos clubes são empresas,
enquanto na segunda divisão esse percentual é de 96%. Com exceção da
Inglaterra, os proprietários dos clubes são predominantemente empresários
nacionais – 58% com alguma ligação pessoal com o clube ou são empresários da
região –, enquanto 33% dos clubes que constituídos como empresas são
controlados por estrangeiros, sendo 44% investidores americanos ou chineses.